A "COBERTURA" DO CASO ELOÁ

Bom, semana passada, mais uma vez uma tragédia invade nossas casas através da tela da TV.
O "Caso Eloá". Assim como anos atrás houve o "ônibus 174", esse trágico momento passado em Santo André agora MORA nas nossas telas, principalmente em programas matutinos como os de Sônia Abrão e afins. Sempre fazendo uma matéria especial pra cada segundo do sequestro. Mas isso nós já estamos acostumados né... Mas o que mais me deixou enojado foi a COBERTURA feita durante o velório da adolescente.
Não estou falando da cobertura jornalística, mas sim da cobertura dos que passavam por ali para dar seu "último adeus" a Eloá.
A Band estava ao vivo com uma câmera estática fechada no caixão branco da jovem, nos mostrando tudo, as flores cobrindo o corpo e principalmente a visível faixa enrolada na cabeça...
E ao lado, uma fila desses milhaaaares de "fãs" de Eloá passando para registrar os últimos momentos com seu ídolo.
Digo isso porque algumas pessoas passavam e FOTOGRAFAVAM o rosto da jovem, com total habilidade de movimentos, pessoas passavam e esticavam seus bracinhos em cima da garota com seus celulares e câmeras digitais!!!
Ae eu digo. A inclusão digital está mostrando sua pior face.
Uma imagem em especial ficou na minha cabeça. Uma mulher mal entrou na capela e já estava com seu celular na mira dos olhos e remexendo seu corpo para todos os lados para pegar o melhor ângulo da jovem...E digo mais, satisfeita com o Book que fez, apertou o famoso botãozinho para ver se as fotos ficaram boas.
É certo que o velório da menina atrairia curiosos, como em qualquer época e em qualquer pais,
e também não quero generalizar porque muitas pessoas passavam emocionadas, fazendo sua oração ou dando mesmo um adeus a garota.
Mas infelizmente Eloá virou celebridade assim como sua amiga Nayara, que ao sair do hospital já era esperada com pedidos de aceno e sorriso pelos fotógrafos.
Como diria O Jornalista e professor Robson Terra:
"Jornalismo da TV, se furar a tela jorra sangue"